quinta-feira, 14 de maio de 2009

A Arte de Empreender



No artigo assinado pelo diretor-geral da Faculdade Maurício de Nassau, Janguiê Diniz, encontra-se uma frase marcante que descreve o empreendedorismo, “...defino o empreendedor como sendo o indivíduo que transforma pensamento em ação e sonhos em realidade”.
Ainda, segundo Meredith, Nelson e Nech (apud UFSC/LED 2000 p. 51) “ Empreendedores são pessoas que têm a habilidade de ver e avaliar oportunidades de negócios; prover recursos necessários para pô-los em vantagens; e iniciar ação apropriada para assegurar o sucesso.
Baseado nestas afirmações surge o seguinte questionamento: será que o empreendedor tem como empreender uma característica nata?
Para responder a esta pergunta será avaliado a experiência apresentada numa reportagem do programa Globo Repórter, do dia 20/03/2009, onde uma universidade do Nordeste promovia em determinada comunidade, cursos de administração de recursos familiares e estimulava o empreendedorismo.
Aquelas mulheres eram pessoas simples da comunidade, que não tinham muita formação, nem experiência em montar ou administrar seu próprio negócio. No entanto, através das informações e estímulos dados àquelas senhoras, muitas puderam desenvolver o espírito empreendedor e começar seu próprio negócio naquilo que elas tinham mais familiaridade, a produção e venda de alimentos.
Estudos na área do empreendedorismo mostram que as características ou o espírito empreendedor, da indústria ou da instituição, não é um traço de personalidade, mas algo que pode ser plenamente desenvolvido.
É possível afirmar que um indivíduo que tem como características o comportamento voltado pra ação, busca a criatividade, se mostra motivado nas diversas circunstancias, tem muito mais chance ser um empreendedor. No entanto o professor Janguiê Diniz, fala em transformar sonhos em realidade.
Todo indivíduo possui sonhos, e as vezes este sonho é algo tão profundo, que pode transformar aquele que, aparentemente não gera ação, num empreendedor de sua vida.
Havia numa pequena cidade, uma simples dona de casa, que seu maior sonho era ter seu próprio dinheiro, onde poderia ajudar sua família, e quem sabe ter alguma regalia. Mas aquela dona de casa vivia numa cidade que não tinha muitas oportunidades, e portanto levava sua vida como podia.
Em um determinado momento de sua vida, alguém a convidou para participar de um curso para aprender fazer algumas coisas de cunho doméstico, dentre elas estava aprender a fazer iogurte caseiro.
O curso foi ótimo e esta aprendeu várias coisas. Mas uma luz acendeu dentro dela. Ela percebeu que poderia fazer iogurte pra vender. E daquele momento em diante, se pós naquele que seria o empreendimento que a ajudou melhorar sua qualidade de vida.
Infelizmente esta não se tornou a magnata dos iogurtes, mas com certeza aquela ação a colocou no rol das pessoas empreendedoras.
Desta história, fica a lição de que todos podem empreender, basta apenas encontrar o seu sonho, e utilizar de sua experiências, desejos, necessidades, como o impulsionador para transforma-los em realidade.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Pequeninas palavras

De vez em quando, eu escrevo uns versinhos. Meio tímida é claro, pois não tenho coragem de espó-los assim pra todo mundo ver. Mas se há uma coisa que não tenho vergonha é meu amor por minha família. E aqui está um poeminha bem singelo, que fiz para meu sobrinho.

Você Chegou

Ao te ver chegar
Ternura ao coração
Sorriso em meu olhar
São tantas coisas

Como é lindo sentir
Que ainda existe amor
E sentir a esperança
Do nascer de uma flor

E no friozinho da noite
Calor de um abraço
Algumas palavras de carinho
Vai embora o cansaço

Você chegou
E junto a felicidade
Mata logo essa saudade
Como é grande o meu amor

23.07.2008
Poema dedicado ao meu sobrinho Caio
Coisa mais linda...

Naiara Freire

segunda-feira, 27 de abril de 2009

“Saúde é o que interessa...”

Estamos vivendo um período de grande desenvolvimento, onde a tecnologia a cada dia, cria novos recursos para nos tornarmos mais ágeis e auto-suficientes. A ciência em toda a sua história, nunca se viu com tantas descobertas, nos trazendo facilidades e conforto em nossos costumes. Mas em meio a tanta tecnologia, vemos o homem sofrendo as conseqüências deste desenvolvimento. Com tantos avanços, este, ainda é atingido por maus hábitos e consequentemente é acometido por doenças graves de nosso tempo, como os mais diversos tipos de câncer, males do coração, diabetes, dores de cabeça e tantos outros. Costumes comuns, como trocar a caminhada de meia hora pelo carro, a subida de alguns lances de escadas pelo elevador ou o telefone fixo pelo sem fio acarretam em 1 ano, um acumulo de 12 quilos para um indivíduo sedentário.
De acordo a uma pesquisa realizada pela Universidade de Stanford (EUA), o mais importante fator de saúde e longevidade para as pessoas é, o que nós membros de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias já sabemos a mais de 150 anos, Estilo de Vida. Ou seja, hábitos saudáveis, boa alimentação, exercícios, são fundamentais para uma boa saúde.
E o que nós podemos fazer quanto a isso? Continuar parados e deixar que os costumes da vida moderna continuem minando a nossa saúde? Os diversos conselhos que viemos recebendo ao longo do tempo demonstram que não.
Podemos começar por nossa alimentação. A gordura alimentar, segundo uma revista de saúde, está associada a males cardíacos, hipertensão, diabetes, colesterol alto, pedras na vesícula, apnéia do sono, problemas de coluna e até alguns tipos de câncer. Em vista destas informações é importante que tenhamos sabedoria na utilização de alimentos saudáveis e equilíbrio para não excedermos em nossa dieta.
Somos orientados a “obedecer a Palavra de Sabedoria...fazer exercícios regulares, dormir o tempo adequado e evitar substâncias que prejudiquem corpo, mente e espírito.”
Quando vivemos estes mandamentos cumprimos a medida de nossa criação. Segundo Brigham Young, “aqueles que observarem a Palavra de Sabedoria, o Senhor dará conhecimento e entendimento, aumentando-lhe a saúde, proporcionando-lhes vigor, resistência a suas faculdades físicas e mentais até que estejam adiantados em anos sobre a terra."
Que possamos reconhecer o verdadeiro significado deste conhecimento. Temos vida para que possamos passar por experiências e crescer com elas. Não existe sentido se por força de maus hábitos nós a abreviamos. Então sigamos a orientação do profeta: "...Procuremos, então, estender o máximo a vida presente por meio da obediência a todas as leis de saúde, preparando-nos para uma vida melhor ao buscarmos o equilíbrio adequado em termos de trabalho, estudo, descanso e diversão. Ensinemos esses princípios a nossos filhos para que, em seus primeiros dias, aprendam a estabelecer um alicerce de saúde, vigor, constituição e poder de vida no organismo."

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Carta a Sociedade de Socorro

*Itabuna, 19 de abril de 2008


Queridas Irmãs,

Como é maravilhoso ser mulher e poder desfrutar de experiências grandiosas que a alma feminina pode conceber. Somos seres especiais dotadas de dons divinos. E o amor está marcado em nós. Existe dom maior que o amor? Paulo em sua conhecida carta aos coríntios ja dizia que não. (Cor. 13:13). Tenho certeza que quando foi estabelecido o lema da Sociedade de Socorro, a Primeira Presidencia lembrou desse amor que existe em nós.
No entanto a vida é tão complicada. A jornada feminina de esposa, mãe, profisional, mulher nos traz tantas diculdades, que as vezes é dificil exercer muito desse amor fora de nossos lares. As vezes a dor nos bate a porta e é até dificil exerce-lo fora de nós mesmas.
Mas o amor ainda está lá e precisa ser exercido. Especialmente para aquelas irmas que não tem forças e precisam de um amor maior. Somos como a brasa que ao chegar próximo ao carvão frio e seco, transforma-o em uma labareda viva e capaz de levar calor a todos que estão ao nosso redor.
Uma das formas de exercitar este amor é o trabalho de professoras visitantes. Queridas irmãs... existem muitas de nós que anseiam por este calor e é nossa responsabilidade aquece-las (aquecermo-nos). “Somos amadas filhas espirituais de Deus e nossa vida tem significado propósito e direção...” Precisamos amparar, dar um abraço apertado, ouvir, orar, ligar, trabalhar. Precisamos cuidar umas das outras. O Senhor poderia faze-lo sozinho. Mas Ele deu esta responsabilidade para nós.
Precisamos exercer o que o Elder Bednar falou tão bem: “Percepção rápida...” para enxergar aquelas que estão precisando de cuidado e estar prontas para ajuda-las.
Gostaria de compartilhar uma experiência. Em um certo domingo, a sala da Sociedade de Socorro estava repleta de mulheres maravilhosas. A aula foi especial onde ouve a partcipação de muitas. No entanto faltava um pequeno brilho. Uma querida irmazinha não veio nesse dia. Pensei em ligar, no entanto decidi que melhor seria visita-la. Fiz um roteiro em minha mente, pois algumas outras irmãs também precisavam ser visitadas.
Nas casas que passei, cada irmã tinha uma necessidade especial. O tempo passou e não pude visitar aquela irmazinha. Orei pra que tudo pudesse estar bem e decidi ligar no outro dia.
O Senhor sabia que eu não poderia estar lá e providenciou que alguem pudesse visita-la. Uma querida irmã que estava fazendo visitas, também sentiu falta daquela irmazinha e foi vê-la. Essa querida irmã tão amada, orou ao Pai aquele dia, pedindo que alguem pudesse visitá-la e ajuda-la a aliviar seus fardos. Aquele dia o Senhor abençoou-a através do cuidado daquela irmã. Ela pode ouvir palavras de consolo e ser fortalecida.
Queridas irmãs, muitas precisam de cuidados e nós somos os instrumentos do Senhor para que isso aconteça. Que possamos exercer nosso chamado sagrado de professoras visitantes, a despeito de todas as dificuldades que tenhamos. Talves não consigamos exerce-lo de forma perfeita, mas todo esforço será reconhecido pelo Senhor e com certeza fará diferença na vida de cada irmã, afinal “A Caridade Nunca Falha”.
Sei que está é a Igreja de Jesus Cristo e ele a guia através de nosso profeta, seus apostolos e nossos lideres locais. Sei que se permanecermos unidas em nossa devoção a Jesus Cristo, nos esforçando em guardar seus mandamentos e exercendo a caridade, estaremos fortalecidas e mais próximas do Salvador.

Um abraço Carinhoso,


*Quando escrevi essa carta trabalhava na Sociedade de Socorro da Ala São Caetano.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Óculos Espirituais

É interessante como coisas simples nos ensinam lições grandiosas. Tem pessoas que parecem ter óculos espirituais e conseguem perceber, enxergar algumas de nossas necessidades especiais.

A algum tempo atrás nossa família estava passando uma certa dificuldade em alguns aspectos e uma dessas dificuldades era a falta de água em nossa casa. Estávamos num período de estiagem e a falta de água se tornou um sério problema na satisfação de nossas necessidades. Faltava água pro banho, lavar pratos, roupas e assim a gente ia penando. Para piorar a situação nossa casa ficava num lugar alto. As vezes tinha água no bairro mas não chegava em casa.

Nessa época aconteceu que depois de um tempo sem cair água, acumulou-se bastante roupa suja precisando ser lavada. Infelizmente não tínhamos condições de pagar alguém pra lavar e pensei o que poderíamos fazer pra resolver aquela situação.

Tínhamos uma vizinha que tinha um poço em casa e imaginei que ela não se oporia em nos ajudar, afinal falta de água é dureza. No entanto após meu pedido ela não pareceu muito animada. Apesar disso ela tinha um amigo que morava na parte baixa e poderia ceder água e local para eu lavar a roupa. Fiquei meio envergonhada, pois não estava preparada pra sair com uma trouxa de roupa pela rua, mas tudo bem vamos lá, afinal a necessidade falou mais alto.

Preparei uma sacola de viagem (achei melhor disfarçar) e saí para minha nobre tarefa. Chegando lá não havia ninguém em casa. Minha vizinha abriu o portão ( lembro que era algum parente, isso justifica terem a chave), A área ficava do lado da casa. Eu poderia lavar tudo. Depois que terminasse era só sair e trancar o portão. Perfeito...

Depois de algumas horas já tudo pronto só faltava secar. Bem... eu não queria deixar as roupas lá. Preferi então levar tudo pra casa. Só tinha um detalhe... esqueci que roupa molhada multiplica o peso. Então imagina algo que pesava 20 quilos, dobrou, triplicou, sei lá... minha sensação era de toneladas.

Ufa! Tudo bem, vamos lá. Arrumei tudo na sacola, levantei as alças e sai caminhando. Andei um pouco e parei. Percebi que daquele jeito eu não iria muito longe. É... o jeito seria levar nos ombros. Me aprumei e me preparei para levar ao ombros. Arrrg... Nossa, pesado demais. Parecia que minha coluna iria estourar, mas consegui.

Sai caminhando com dificuldade pela rua. Vi um homem na esquina sentado. Parecia descansando, pensei: nem pra esse homem me ajudar agora... Mas que nada. Me olhou curioso, viu minha dificuldade, mas não deu importância. Continuei caminhando.

Apenas um detalhe: o sol estava escaldante. Então imagina como eu estava. Descabelada, suada, ou seja, horrorosa. Mas como não iria mesmo pra nem um encontro... Tudo bem. E assim ia caminhando pela rua. De vez em quando descia a sacola pra descansar. Eu não sabia o que era pior: levantar aquele peso todo até os ombros ou sair caminhando com ele.

No meio do caminho encontrei duas mulheres conversando na porta. Essas prestaram bastante atenção. Ficaram me acompanhando com o olhar, mas também não fizeram nada, apenas alguns comentários em voz baixa entre si. E eu ansiando alguma ajuda. Passei por outras pessoas, mas só consegui suscitar curiosidade.

Bem... cheguei na rua da minha casa. Nossa que calor! Arriei a sacola, já não tinha mas esperança. Teria que enfrentar sozinha mesmo aquela ladeira e as toneladas de roupas sobre as costas.

Abaixei os olhos, enxuguei a testa e já estava me preparando para sair quando para minha surpresa ouvi alguém me chamar. Era o João*. João era um homem simples, que tinha problemas mentais, que não era muito de conversa e vivia fazendo uns bicos pela rua. Aquele João, que ninguém dava muita importância, veio correndo pra junto de mim – Ei... deixa que eu levo. Tá muito pesado. – E com aquele sorriso meio amarelado, não falou duas vezes. Pegou a sacola e só parou em frente a minha casa.

Eu senti uma coisa boa no coração e ao mesmo tempo vergonha. Não por receber a ajuda de um deficiente, mas por nunca ter tido essa mesma sensibilidade com aquele homem. Nunca lhe prestei muita atenção, nem nunca lhe falei palavra alguma, mas ele, com seus óculos espirituais conseguiu vê uma necessidade minha e mais que isso, veio me ajudar.

Aquele ato simples, de um homem simples, fez diferença em minha vida. Por incrível que pareça aquela ação me ajudou a ser melhor. Busco estar mais atenta, para quem sabe, eu poder fazer o mesmo que o João fez por mim, independente de quem seja, afinal, como diz o ditado: “Não existe ninguém tão rico que não precise de ajuda, ou tão pobre que não possa ajudar.”

*Nome foi mudado.