Hoje lembrei-me de Jó. Todos conhecem sua história. “HAVIA um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; e era este homem íntegro, reto e temente a Deus e desviava-se do mal.” (Jó 1:1).
Além de reto, Jó era um homem muito abençoado, extremamente rico (tinha muitas posses) e principalmente, tinha uma família muito especial, que demonstrava amor profundo uns pelos outros e Jó é descrito como o maior exemplo desse amor em família.
“E iam seus filhos à casa uns dos outros e faziam banquetes cada um por sua vez; e mandavam convidar as suas três irmãs a comerem e beberem com eles. Sucedia, pois, que, decorrido o turno de dias de seus banquetes, enviava Jó, e os santificava, e se levantava de madrugada, e oferecia holocaustos segundo o número de todos eles; porque dizia Jó: Talvez pecaram meus filhos, e amaldiçoaram a Deus no seu coração. Assim fazia Jó continuamente.” (1:4-5).
Mas Jó, apesar de homem bom, temente ao Senhor, passou por duras provações. Primeiro perdeu todas as suas propriedades, ficando pobre, ou nu como ele mesmo diz. (1:21). Pobreza maior ao perder seus entes queridos, pois a riqueza que eram seus 10 filhos, morreram todos.
Imaginem a dor desse homem: “Então Jó se levantou, e rasgou o seu manto, e rapou a sua cabeça, e se lançou em terra, e adorou.” Mas observe algo muito interessante: “...e adorou.” Apesar da dor “...Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma.”(1:22)
Por que Jó, apesar da dor da perda de seus filhos queridos, conseguiu ter serenidade e ainda confiar no Senhor?... Jó sabia do princípio da eternidade.
“Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; E todo aquele que vive, e crê em mim, nunca morrerá.” (João 11:25–26).
“Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. (...) Virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também” (João 14:2–3).
Ele sabia que reencontraria seus filhos. O sofrimento era um fato, a separação e a perda (mesmo que por um momento) era uma realidade, mas Jó também sabia: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. (Mateus 11:28–29).
Neste momento tão especial que é o dia das mães, alguns filhos ou mães, se sentem tristes por sentirem essa perda. Gostaria de dirigir esta mensagem a estes. Meus queridos amigos, assim como Jó, vcs reencontrarão seus filhos.
Gostaria de citar as palavras do Presidente Monson quando em uma conferência, se dirigiu a uma mãe(sra. Patton) que tinha perdido seu filho de forma trágica:
“Para a maioria, há algo de sinistro e misterioso nesse visitante malquisto chamado Morte. Talvez seja o medo do desconhecido que nos faça temer a sua chegada.
A morte de Arthur Patton foi rápida. Para outros a morte é lenta. Sabemos, por meio da palavra revelada de Deus, que “o espírito de todos os homens, logo que deixa este corpo mortal (...) é levado de volta para aquele Deus que lhe deu vida”( Alma 40:11).
Assegurei à sra. Patton e a todos os outros que me ouviam que Deus nunca os abandonaria: Ele tinha enviado Seu Filho Unigênito ao mundo para ensinar-nos pelo exemplo de Sua vida. Seu Filho morreu na cruz para redimir toda a humanidade.
Como parte da minha mensagem, expliquei à sra. Patton que esse conhecimento lhe daria alento em sua tristeza — que ela nunca estaria na trágica situação do descrente que, ao perder um filho, teria que dizer, ao ver o caixão ser baixado à mãe terra: “Adeus, meu filho. Adeus, para sempre”. Em vez disso, com a cabeça erguida, coragem destemida e fé inabalável, ela poderia erguer os olhos, fitando para além das ondas que mansamente quebravam no azul do Pacífico e sussurrar: “Adeus, Arthur, meu filho querido. Adeus, até que nos encontremos novamente”.
Ao concluir minha mensagem, há tantos anos, expressei à sra. Patton a minha certeza pessoal, como testemunha especial, de que Deus, nosso Pai, atentava para ela — de que por meio de sincera oração, ela podia comunicar-se com Ele, que Ele também teve um Filho que morreu, sim, Jesus Cristo, o Senhor. Disse que Ele é nosso advogado perante o Pai, o Príncipe da Paz, nosso Salvador e divino Redentor, e que um dia O veremos face a face.
Eu sei que a dor da saudade é difícil e machuca nossos corações, mas sei também que um dia reencontraremos nossos entes queridos que partiram desta vida e essa certeza me dá a tranqüilidade e serenidade para perceber que logo, logo tudo estará bem.
Ao terminar, retornarei a Jó. Depois de muitos pesares e sofrimento, Jó foi novamente abençoado e todas as riquezas que tinha perdido, ele recebeu
Mas para o Senhor Jó nunca os perdeu. Assim seus 10 novos filhos um dia se encontrariam, juntamente com Jó, com os 10 filhos que um dia partiram, obtendo assim uma benção em dobro para a eternidade.
Discurso completo Presid. Monson: http://www.lds.org/conference/talk/display/0,5232,89-2-776-8,00.html#notes