terça-feira, 6 de outubro de 2020

Ao Mestre com Carinho

Você já teve um professor que foi marcante, te ensinando coisas e te inspirando para a vida? Eu tive sim e vários. Foram professores que, ao longo da minha vida, contribuíram com meu desenvolvimento e me instilaram o desejo de fazer e ser melhor.

Em meio a tantos mestres inspiradores, gostaria de contar sobre uma professora em especial, que me marcou em meus tempos de nível médio.

Fui estudante do Colégio Estadual de Itabuna, na Bahia e apesar das dificuldades do ensino publico brasileiro, tive muitas experiências boas de conhecimento. Dentre as diversas matérias de nosso currículo, percebi logo uma dificuldade em Biologia. Não por problemas de aprendizagem com a matéria, mas em especial pela instabilidade dos professores que estavam sob aquela responsabilidade.

Nossa professora, designada para o primeiro ano, estava envolvida em questões políticas e sempre tinha que ser substituída. Por isso não tivemos muita regularidade nas aulas.

No ano seguinte, conseguiram uma professora substituta, que não era da área e, portanto, não tinha muito domínio do assunto. Pelo menos era essa minha sensação.

No entanto, no terceiro ano tive uma agradável surpresa. Foi designada para nossa sala a professora Neide. Lembro nitidamente o desejo que ela me instilava de aprender mais.

Ela nos ensinava de uma maneira tão apaixonante que até hoje sei vários assuntos da matéria. Foi com ela, através das várias experiências que ela proporcionou a todos nós em sala de aula, que descobri meu tipo sanguíneo e o universo da genética.

E foi por conta dessa influência que ao fazer vestibular aos 17 anos, prestei para Biologia, chegando a passar e estudar durante 1 semestre. No entanto, meu lado direito do cérebro não suportou a lógica da física, estatística, química, que faziam parte da grade curricular do curso na época e acabei desistindo.

Apesar de não ter me tornado uma bióloga, aprendi com a professora Neide algo especial, muito mais profundo que a matéria propriamente dita. Quando a gente faz algo com amor, é possível fazer a diferença e com certeza influenciar positivamente quem está ao redor.

A professora Neide é só um símbolo de todos os maravilhosos professores que passaram por mim e me ajudaram a ser melhor pessoa, aluna, profissional, cidadã do mundo. E agora, com as maravilhas da internet, quero compartilhar com todos a minha gratidão e deixar meu tributo a esses mestres queridos.

A educação é um bem muitíssimo precioso e só quem tem um coração nobre, exercita essa profissão com real intenção. Então, a todos que fizeram e fazem a diferença quero dizer: - Vocês são maravilhosos!

sábado, 2 de novembro de 2019

“A beleza está nos olhos de quem vê.”

Tive a oportunidade tempo atrás, de assistir algumas palestras de um proeminente líder americano. Em muitos de seus discursos, ele citava algumas de suas experiências com sua amada esposa já falecida há alguns anos.Ficava claro para nós seus ouvintes, o grande amor que ele tinha por ela. A citação de sua amada era tão recorrente, que comecei a imaginar como seria essa mulher tão privilegiada.
Tempos depois, recebi a notícia que aquele bondoso senhor tinha falecido, e que em seu funeral, muitos haviam lembrado de seu grande amor. Depois de alguns anos acompanhando sua história, finalmente conheci aquela que recebeu tão dedicado afeto através de uma foto do casal. E para minha surpresa, vi uma mulher simples ao seu lado.
Na minha imaginação, pensei numa mulher loura, olhar marcante e de uma beleza excepcional. No entanto o que vi foi apenas uma mulher comum.
Depois de minha inicial surpresa, comecei a refletir... “A beleza está nos olhos de quem vê.” E isso torna a história ainda mais especial.
Aquele homem enxergava a esposa com os olhos do bem querer, onde o foco estava nas coisas que os unia, no respeito, cumplicidade, tolerância, no trabalhar junto para fortalecer o relacionamento e a família, enfim, numa forma especial de amar.
Esse tipo de relacionamento não é algo fácil de encontrar, pois exige dedicação das duas partes. Mas como nos mostra a história, é possível. Quem sabe o que está faltando na maioria dos relacionamentos sérios é a sintonia no olhar? Onde  “a luz do olhos meus e a luz dos olhos teus...” vejam ou queiram coisas afins um do outro. E se não for assim, trabalhar para isso. Talvez ajustar o foco seja uma saída.
É uma coisa para refletir... De qualquer forma, espero ouvir ou presenciar outras histórias de amor para poder contar aqui e dizer como o poeta “...é só o amor que conhece o que é verdade...”

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Para Estar Bem - Meu novo blog

Para Estar Bem nasceu para celebrar a vida, através de tudo que possa trazer pensamentos positivos, alegria e bem-estar ao indivíduo.

Para conhece-lo click no link abaixo e aproveite seu conteúdo inspirador.



Grande abraço e a gente se vê lá.

Naiara Freire

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Uma História de Amor



Existe no sul da Bahia, bem no centro da Região Cacaueira, um lugarejo chamado União Queimada. Como tantos outros povoados do interior, é um lugar comum.
Formada por uma rua principal, o lugar é marcado pela simplicidade das casas e do seu povo, onde as margens do Rio Almada, passa a maioria de seus dias como a corrente do rio, de forma calma e tranquila.
 Com varias elevações ao redor do povoado, existe próximo dali uma serra. Por conta da cultura do cacau que precisa da sombra das árvores para produzir seus frutos, ainda mantém preservada a Mata Atlântica.
Este lugar, que me referirei apenas como Serra (se tem um nome especial não sei), tem histórias bem especiais guardadas em sua memória, do povo que um dia ali passou, viveu, morreu ou ainda mora por lá.
Na Serra a natureza está bem viva. Nela existem árvores centenárias das mais variadas espécies, pássaros e animais que não se vêem muito mais em outros lugares da Bahia.
Para chegar até lá, passamos pela rua principal de paralelepípedos da União Queimada, que no final do povoado continua com uma estrada de chão. Depois de uma caminhada de uns 15 minutos, chega-se a uma pequena fazenda de cacau aos pés da Serra. É preciso passar pela fazenda para pegar uma trilha e chegar até o destino desejado.
O caminho para chegar ao topo é difícil, cheio de obstáculos e é preciso fôlego para chegar até lá.
Mas quem iria querer subir uma Serra, numa trilha precária, íngreme, em meio a mato, cobra, urtiga, desconforto e cansaço?
Então...
Lá na Serra, em meio à mata, mora um casal de idosos a mais ou menos 40 anos. A esposa herdou as terras há muitos anos atrás de seus pais e, junto com o marido, decidiram morar por lá.
Para chegar à moradia deles, é preciso enfrentar uma subida de 1 hora (para aqueles sem condicionamento físico, quase 2 horas), numa trilha que em alguns pontos precisa-se usar de intuição e equilíbrio para segui-la. Além de toda dificuldade da subida, existe ainda toda falta de estrutura do lugar, que não tem muito conforto.
As acomodações são muito, muito humildes. Existem apenas alguns bancos sem encosto para sentar. Para dormir utiliza-se a barcaça de secagem de cacau ou uma casinha para depósito. Não há luz elétrica e o banheiro é de total contato com a natureza. Seria uma subida e estadia muito difíceis, não fosse a certeza de encontrar Titia Isaura com todo o seu amor.
Hummmm ... como é gostoso o amor da Titia Isaura. Havia muitos anos que eu não a via quando fui visita-la na última vez. Eu e mais algumas pessoas da minha família enfrentamos a difícil tarefa de subir a Serra.
Quando chegamos à União Queimada, qual não foi nossa surpresa ao encontrarmos Titio Di. Foi aquela alegria ali mesmo. Apesar dos seus 80 anos e lá vai fumaça e seus 1,60 m de altura, é um homem forte, que teve a Serra como tônico natural, através do exercício forçado das subidas e decidas da montanha.

E começamos nossa empreitada. Titio, acostumado com a subida, mesmo com o peso do saco de mantimentos nas costas, andava ligeiro. De tempos em tempos, dava uma parada lá na frente para esperar a mocidade alcançá-lo. Pensa numa dureza. Pois é...  a subida era assim mesmo.

Quando finalmente, quase uma hora depois, estávamos próximos à choupana. Minha mãe fala:
- Vamos gritar Titia pra ver se ela descobre quem está chegando?
Eu grito – TITIA!!!  Mas não ouço nada. Grito mais uma vez – TITIA!!!
E lá ao longe ouvimos: - uhhhhhhhhhh!
- TITIA!!!
- UHHHHHHHHHHH! – O som já mais próximo.
Quando olho lá em cima, vejo a Titia descendo ao nosso encontro, parecendo uma Pirata do Caribe. Lenço na cabeça, calçada em suas botas sete léguas, calça preta e camisa vermelha surrada, toda manchada de nódua de banana, com o facão na mão, da lida na roça.
- Quem ééé? – Pergunta Titia num forte sotaque baiano, daqueles de gente simples que mora na roça.
- Somos nós Titia. Naiara, Graça, Nil e Israel.
- Oxente Naiara!!! Vixe que faz anos que num vejo essa menina! – E me dá um abraço apertado, um beijo molhado. Agarrando todo mundo, apertando daqui e de acolá para aliviar a saudade. E carrega todos nós para sua humilde casa.
As cachorras ficam todas ariscas, latindo com a nossa chegada. Sussuarana, a mais valente está presa na corrente, mas a Pimenta...
- PIMEEENTA!!! Queta que é parente!
Chegando lá, nos aloja do jeito que pode e vai tratando de preparar a comida. – Ôh Di, tu trouxe a cebola que eu pedi???
- Tá no saco.
E lá vai ela ajeitando as panelas, levando todo os apetrechos pra perto do fogão. – Se é que se pode chamar aquilo de fogão (o fogão a lenha tinha desmontado e ela improvisou uns tijolos no chão, com uma grade em cima, até fazer o novo fogão) – E com toda a elasticidade e desenvoltura, na forma mais natural possível, se acocora para seus preparativos.
- Deixa Titia, que eu faço... – Fala minha mãe
Eu nem me atrevo a oferecer ajuda, pois não consigo trabalhar naquele improviso.
- Oxente Graça! Pode deixar.
No final das contas, a comida fica pronta e nos esbaldamos com o almoço da Titia. Delícia!
Ao longo do tempo que passamos lá, a Titia nos oferece o seu amor na sua forma mais  simples e genuína. É ao desencavar do baú, a sua melhor roupa de cama (aquela das visitas) para nos aconchegar.
Ao oferecer o agasalho para “quentar” o frio.  Ao nos brindar com sua prosa, contando os “causos de família”, misturados com suas gargalhadas e nos levando ao riso também.
No dividir o “de comer” (tradução: pode ser desjejum, almoço ou jantar), separando a maior e melhor porção para nos oferecer.
 – Titia não precisa – Digo eu.
 – Oxente! Pega menina. – Por muito insistir acabo aceitando.
Minha mãe ralha comigo. – Minha filha... deixa pra Titia e Titio.
Mas Titia insiste – Deixa Graça, deixa a menina comer. – E lá vai ela nos distribuindo seu carinho.
As vezes, quando a gente menos espera, recebemos um beijo da Titia, como quem diz:  –  “Como é grande o meu amor por você...”
Então pensando bem... todos nós, de um jeito ou de outro, no fundo, no fundo, seguimos a biologia do amor descrita por Humberto Maturana:
"Sem dúvida os seres humanos podemos cultivar a agressão, mas a agressão ainda não é o centro do nosso viver; ainda buscamos viver no amor como a emoção que gera bem-estar no viver em qualquer idade."
E mesmo com toda dificuldade de subir uma montanha, com as limitações do lugar, na simplicidade de Titio e de Titia, o amor está lá e a gente é feliz. Então tudo vale a pena com um amor tão grande assim.
Beijo Titia, nós amamos você.


segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Minha Primeira Vez...


Muita ansiedade e expectativas foram  as primeiras reações. Ao chegar ao portão designado, não conseguia entrar. E para aumentar a minha aflição,  ouvi gritos não muito longe dali. Será que naquele momento tão especial eu teria que fugir?
Calma... era só uma multidão de jovens ensandecidos se preparando para as 500 únicas credenciais para o  autografo de Cassandra Clare. Minha primeira surpresa... quem é Cassandra Clare!? Depois de minha discreta busca pra saber quem era a danada, afinal não queria parecer uma “sabe de nada inocente!!!”, descobri se tratar da famosa escritora americana, autora do sucesso teen Cidade dos Ossos.
Então minha primeira vez na Bienal Internacional do Livro de São Paulo foi assim, cheia de agradáveis surpresas e uma multidão de gente e de livros. E o mais legal de tudo, é que boa parte de toda essa gente, era uma garotada entre 12 e 18 anos, munidos de malas de viagens, preparados para saírem do evento abastecidos com o máximo de livros possíveis.

A minha sensação era que eu estava entrando num reino encantado, onde muitos daqueles personagens das histórias tinham se materializado naquele lugar. Eram meninas com vestido de princesas para tirar fotos, personagem de quadrinhos, caras e jeitos exóticos, onde até pintou um anjo no pedaço (se vocês nunca viram um anjo, segue foto para confirmar).



E aqueles gritos que ouvi na entrada do evento, em um dado momento voltaram a se repetir. Mas o que era dessa vez? A minha curiosidade me empurrou para onde vinham os sons. Uma mestre de cerimônias dava as instruções para os jovens se prepararem para receberem nada mais  nada menos que: Cassandra Clare!!!
– AHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!! – gritaria total.
 – Gente... só peço um favor, na hora das perguntas e respostas, por favor não gritem para que todos possam entender, ok?
– Ahhhhhhhhhhhhhhhhhh!!!!
Ihh... eu acho que elas não entenderam a parte de não gritar.


Além da minha surpresa, a própria Cassandra me pareceu admirada com a situação. Logo sacou seu celular e começou a filmar a ocasião. Ao responder as perguntas, a própria admitiu surpresa com o calor da recepção de seus fãs brasileiros. Como sinal de gratidão, ela decidiu dar ao invés de 500, 1000 autógrafos. Até eu quis gritar de alegria por aquela juventude.

Agora algo que me deixou encantada, foi me deparar com algumas repórteres mirins entrevistando minha amiga Fatima Castelo Branco, autora do livro Mulheres Guerreiras. Que coisa mais bacana de se ver. Meninas repórteres, munidas de seus blocos de anotações, gravador, câmera e sua mestra que as orientava naquele trabalho de descoberta. Parabéns as meninas repórteres Manuela, Camilly e Giovanna, além de sua professora Cristina. São coisas desse tipo que fazem a gente ter esperança que o nosso país possa ser melhor.


No final do dia, depois de dar voltas pelos diversos stands da feira, ajudar a divulgar o livro Mulheres Guerreiras da Fátima, assistir o bate-papo da Cassandra e da Kiera Cass (outra escritora americana famosíssima do mundo teen, que “sorry”, nunca tinha ouvido falar), ficado uma hora interminável na fila para comprar um lanche, confesso estava exausta. Mas uma exausta feliz.
Feliz por perceber a força da juventude no mundo da leitura. Por eu, lá do interior da Bahia, ter tido essa maravilhosa experiência de uma Bienal. E o melhor de tudo, ter saído mais forte em conhecimento cultural.
Delícia!



E que venham mais Bienais!!!

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Velho Conto Cherokee



Os anciões Cherokee estavam preocupados com um dos garotos da tribo que, por se sentir injustiçado, tornou-se agressivo. O avô do menino o traz para perto de si e diz:
- Eu entendo sua raiva. Há uma batalha terrível entre dois lobos que vivem dentro de mim. Esses dois lobos tentam dominar o espírito de todos nós.  
Um é Mau. Seus dentes são fortes como raiva, inveja, ciúme, tristeza, cobiça,  arrogância, pena de si mesmo, culpa, ressentimento, inferioridade, orgulho, superioridade e ego.
O outro é Bom. Seu olhar é forte como alegria, esperança, serenidade, paz, humildade, empatia, bondade, generosidade, verdade, perdão, compaixão, harmonia e fé.
O neto pensou nessa luta e perguntou ao avô:
- Qual lobo vence?
 O velho índio respondeu:
- Aquele que você mais alimenta!

Que a vitória seja sempre do bom lobo, alimentando a mente e o espírito sempre de coisas boas e positivas.


sábado, 17 de maio de 2014

Que Amor é Esse?



Há alguns anos atrás, em uma conversa com alguns colegas de trabalho, começamos a falar sobre família. Em um dado momento meu colega, casado e pai de uma filhinha de 3 anos na época, me perguntou:
- Você gosta de sua mãe?
- Sim, claro!
- Quanto é o tamanho do seu amor?
- Nossa... muito! Nem sei dizer quanto.
- Pois multiplique esse amor por 3, 4, 5 vezes mais. É o que sua mãe sente por você. Quando a gente tem filhos, o amor que sentimos é muito maior do que qualquer coisa na vida.
Aquelas palavras tiveram um forte impacto em mim. Minha mente não conseguia alcançar um amor assim.
A noite em casa, ao conversar com minha mãe, eu a perguntei se era assim mesmo e ela, com lágrimas nos olhos, me deu um abraço e disse que sim.
Ainda hoje, não consigo imaginar o tamanho desse amor, afinal, ainda não tenho filhos. Mas apesar disso, consigo perceber seu efeitos:
No brilho do olhar ao reencontrar a filha querida, que mora a mais de 20.000 km de distância.
No sorriso ao contar que vai dormir bem tarde, acorda as duas ou quatro da manhã para dar de mamá, madruga para ter tempo de cuidar da filha e ainda sai para a luta do dia-a-dia no trabalho.
Na batalha diária de fazer o melhor que pode para cuidar de seus filhos com deficiência.
Nas palavras tranquilizadoras dizendo “filha, não se preocupe... tudo vai ficar bem.”
Que amor é esse?
Queridas mães... presto aqui minha singela homenagem. A força do seu amor nos inspira e nos impulsiona a ser melhores. Afinal, o que seria de todos nós sem o amor de vocês?
O meu carinho a todas essas mães guerreiras, com suas histórias especiais, que influenciam a todos nós. Não sei se vocês sabem... estas histórias fazem do mundo um pouco melhor.

Feliz Dia das Mães!