A alguns anos atrás morei num lugar
chamado Itaimbé, que nas idas e vindas
da sua história, em algum momento foi apelidada de Coréia. Nesse período de
minha estadia na querida Coréia passei por algumas aventuras.
Sim querida Coréia... Lá fiz amigos, que
apesar de separados pela distância e tempo estão guardados no coração aonde
quer que eu vá. Mas em especial porque lá aprendi algumas lições. Hoje lembrei
de uma delas...
A Coreia é uma lugarejo situado
no Sul da Bahia. Na época que morei lá, tinha cerca de 1200 habitantes. Naquele
tempo, não havia muitos professores disponíveis na região que pudessem lecionar
nas escolas do lugar e como tinha estudado um período na faculdade, me convidaram
para dar aulas. Apesar de não ter experiência como professora, aceitei o
convite e por algum tempo, dei aulas nesse povoado.
Por conta dessa minha responsabilidade,
no meu terceiro ano de trabalho, decidi me matricular no curso de magistério
para aprender um pouco mais sobre as peculiaridades da profissão. Então eu
lecionava de manhã e a noite e a tarde eu estudava.
Tudo tranqüilo. Conseguia conciliar
meu trabalho com os estudos, além de ampliar meu leque de amizades com meus
colegas de classe. Época muito boa. Saudades dos meu queridos colegas.
Mas em meus estudos, algo
inesperado aconteceu. As vezes em meio as aulas, eu via alguns alunos pendurados
na janela da sala de aula me observando e admirando a professora, no caso eu,
que também estudava. Na época, achei muito engraçado aquela curiosidade,
afinal, qual seria a estranheza em eu também estudar.
Mas um dia eu entendi e pude aprender
a lição. Era dia de prova e como sempre, sentei em meu lugar favorito próximo a
janela, recebi a minha prova e pus-me a pensar e a responder as questões. Num
certo momento, eu ouvi um cochicho, “ – Vamos ver se ela vai pescar ...”
(pescar na Bahia quer dizer colar). E ao olhar para cima, me deparei com a platéia
de alguns curiosos me fiscalizando.
Naquele momento eu aprendi uma
grande lição. Que não tem nada a ver quanto a pescar/colar ou não. Diz respeito
a ser exemplo...
Acredito que na época em que fui professora,
não fui tão boa assim, pois nos meus dezenove anos de idade, tinha pouca experiência
em qualquer coisa. Mas eu me esforçava em ajudar aqueles alunos a aprender da
melhor forma possível e colar não poderia fazer parte da didática.
Como professora/aluna eu
precisava ser exemplo e era isso que eles esperavam de mim. Não sei se minha
postura na época ajudou alguns deles sobre aquela questão, mas com certeza
influenciou a minha história.
Nas imperfeições da vida vou
tentando seguir aquela lição e como já dizia a celebre frase: “ A palavra
convence, mas o exemplo arrasta...”